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MITOS PARANAENSES

PESQUISA E PRODUÇÃO  DE LENDAS A PARTIR DAS COMUNIDADES  DE PRIMEIRO DE MAIO, LONDRINA E GUARAQUEÇABA COM DEZENAS DE INTERVENÇÕES SOCIAIS, ESCULTURAS, FOTOS, VIDEOS, FANTASIAS, PERFORMANCES E CORDÉIS

"Faz parte de um conjunto de ações para validar uma narrativa inventada, invade o discurso cotidiano de uma pequena cidade no Paraná e contamina o sermão de um padre, injetando a ficção que deriva de suas casinhas caminhantes."

                              Danillo Villa para Arte Londrina

1º DE MAIO E REPRESA CAPIVARA
 
No município de Primeiro de Maio, ao norte do estado do Paraná, circulam diversas histórias entre os moradores mais antigos, que vivenciaram a construção da represa Capivara. Em sua maioria, elas dizem respeito aos costumes locais e a vida social anteriores à existência da represa, construída na década de 1970 no rio Paranapanema. Chama à atenção, porém, uma lenda local, relacionada ao período de inauguração da represa, acerca de uma igreja. Conta-se que a empresa responsável pela concessão da obra desalojou toda a população ribeirinha, pois a área seria inundada. Os moradores foram realocados em outras regiões da cidade e outros, ainda, se mudaram para longe dali. Havia muita tristeza por ocasião do abandono de uma igreja local, importante na congregação dos moradores. Tamanha era a falta sentida pela igreja que, após a inundação daquelas terras, em certas noites, essa população afirmava vê-la sobre a água.

MATA DOS GODOY – A TRIBO DA MATA


A fazenda Santa Helena, localizada no município de Londrina, foi propriedade da família Godoy por décadas e, em 1989, a família vendeu parte da fazenda, a saber, uma área original de mata preservada, ao governo do estado do Paraná,
que a transformou em Parque Ecológico. Há dúvidas sobre o motivo real dos pioneiros terem preservado tal grande extensão de floresta naqueles tempos idos, em que toda árvore era cortada para dar lugar a pés de café. Um antigo
funcionário da fazenda costumava vir ao centro de Londrina e, entre uma bebida e outra nos bares da cidade, contava que os irmãos Godoy tiveram contato com índios dentro da mata, que disseram a eles que a mata não seria derrubada, pois ali vivia uma entidade sagrada, cultuada pela tribo. Tal entidade não seria um ser, mas uma moradia indígena. Essa moradia/entidade
dificilmente é vista, pois segundo o próprio funcionário da fazenda, ela se descoloca dentro da mata.

GUARAQUEÇABA – A CASA QUE ANDOU


Desde 1545, ano em que data a chegada de portugueses ao território nomeado pelos indígenas como “Guaraqueçaba”, existia entre os índios Carijó a história das ocas que se moviam próximo à praia durante as marés cheias. Ela foi registrada pelo botânico austríaco Alfons Staden em seus diários de viagem ao território colonial do Brasil. Não está claro nenhum detalhe da história, uma vez que, preocupados com a catequização dos indígenas, os portugueses fizeram com que sua cultura caísse em ostracismo e a história se tornasse lenda. A lenda, contudo, ganhou força novamente entre os moradores locais e descendentes dos antigos índios Carijó em meados do século XX quando, por ocasião do Alargamento do Canal do Varadouro, algumas famílias ribeirinhas tiveram que deixar suas pequenas casinhas de madeira. Contam que uma delas, justamente aquela que ficava mais próximo da água, teria se afastado da margem antes do início das obras no canal. Em decorrência disso a casa não precisou ser demolida, contudo, ninguém mais voltou a morar ali. Atualmente, no período do carnaval, é costume as crianças da cidade fazerem máscaras para brincar de assustar e, muitas dessas máscaras ilustram a casa que andou.

Performances na áreas alagadas

Registro de Resquicios inseridos pela região 

Apoio do grupo folclórico Fandanguara

Depoimentos de antigos moradores.
Performances e interferência com esculturas em resquícios de mata nativa.

 

Relatório completo em PDF
 

MITOS PARANAENSES DE CHICO SANTOS

PESQUISA E PRODUÇÃO EM VÍDEO ART

PROJETO: 671

PATROCÍNIO: 

COPEL - COMPANHIA PARANAENSE DE ENERGIA

FOMENTO E INCENTIVO À CULTURA DO PARANÁ- PROFICE

Texto:

Wesley Stutz

PRODUTORA AUDIOVISUAL 

ASSSOVIO PRODUTORA

PRODUTORA CULTURAL

SAUÍ CULTURAL

AUXÍLIO ARTISTICO

SUELLEN ESTANISLAU

DIREÇÃO DE FOTOGRAFIA

MARCOS ASSI 

ARTISTA SONORO

MARCELO ARMANI

PERFORMACE

LUCAS MANFRE, NATHALIA BATTI, GABRIEL PALEARI, THAINARA PEREIRA, BRUNO GARCIA

GRUPO FOLCLÓRICO

FANDANGUARA

CAPTAÇÃO SONORA

BRUNO BERGAMO, MARCO ASSI

AGRADECIMENTOS
"Tatinha" Oliveira, Seo Elísio, LELIANA CASAGRANDE LUIZ, MARCELA PIALARISSI, LEANDRO DIÉGUIZ, Chaleira, Padre Leocádio Zytkowski, João do Oto, Seo Antonio Gomes

contato@chicosantos.org

Chico Santos por meio de metáforas visuais e memórias para criar uma realidade estranha, afim de preservar à anima das florestas. Com pesquisa em arte contemporânea sobre o crescimento urbano em áreas ambientais.

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